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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Em Aquele Beijo Ricardo Pereira suaviza sotaque de Portugal para viver brasileiro

Um ator é tão completo quanto sua capacidade de se transformar. Foi pensando nisso que Ricardo Pereira resolveu investir nas aulas de fonoaudiologia para amenizar o sotaque lusitano. A ideia era poder ir além dos personagens portugueses. "Para um ator, isso é uma obrigação. Não posso continuar minha vida toda só fazendo o português na Globo. Eu o farei sempre que necessário, mas farei o brasileiro cada vez melhor", aposta ele, que tem encontros com a fonoaudióloga Leila Mendes duas ou três vezes por semana. O avanço na pronúncia, inclusive, tem se refletido nos últimos trabalhos. Depois de fazer seu primeiro personagem não-português em "Insensato Coração", agora interpreta um brasileiro em "Aquele Beijo", o protagonista Vicente. "Acho que isso é o trabalho de qualquer ator no mundo. Você vê um ator americano fazendo um filme inglês em que ele precisa falar com o sotaque de lá. É normal. Tem de ter essa ferramenta de trabalho, esse poder de criação", acredita.
A dedicação de Ricardo tem sido tanta que, ele jura, há quem pense que ele é brasileiro. "Já vieram me falar: 'Nossa, você faz muito bem o português'", recorda, aos risos. Por outro lado, muitos portugueses que moram no Brasil abordam Ricardo para questionar se ele perdeu o sotaque de Portugal. "Eu não perdi, está aqui. Eles dizem: 'Como você conseguiu? Estou no Brasil há 50 anos e não consegui!'", conta. Para protagonizar as cenas de Vicente e dar mais naturalidade às falas, o ator trabalha o texto de várias maneiras. Primeiro, lê o capítulo inteiro e, em seguida, decupa suas sequências e decora com português de Portugal. Depois, com a ajuda da fonoaudióloga, repassa as falas com o jeito de falar do brasileiro. "Também peço ajuda de quem está assistindo à novela e gravando, como o diretor e a continuísta. Peço para escutarem bem porque às vezes dá uma escapada", reconhece.
O processo de composição, no entanto, não se limitou aos cuidados com a pronúncia. Para viver o personagem, um procurador do Estado, Ricardo fez um intenso laboratório com o preparador de elenco Sérgio Pena. Passou bastante tempo no Fórum do Rio de Janeiro e visitou comunidades e orfanatos. "A gente criou todo esse campo de memória sobre como as pessoas são nesses meios para trazer isso para a novela", conta. Ricardo também aprendeu a trabalhar em um restaurante português na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, já que, na história, Vicente é filho de uma portuguesa, dona de restaurante. "Foram poucas leituras, na verdade. O trabalho era mais de campo", especifica.
Mas antes de gravar as sequências com Grazi Massafera, que interpreta Lucena, Ricardo gosta de passar bem o texto. "Estudamos muito juntos e isso é bacana porque traz verdade para as cenas", acredita. Já com Giovanna Antonelli, que vive a Claudia na trama, o terceiro vértice do triângulo amoroso, Ricardo está tendo a chance de desenvolver uma faceta mais engraçada. Afinal, a atriz dá vida a uma mocinha um tanto quanto atrapalhada. "Estou experimentando com a Giovanna uma coisa de me largar, de trazer um sorriso. O Vicente é leve, não pensa muito nos problemas da vida", destaca ele, que vive seu terceiro protagonista no Brasil. "Tento todo dia corresponder, porque a responsabilidade é grande", frisa.

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