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sexta-feira, 9 de março de 2012

Promotor Cembranelli inspirou personagem de Ricardo Pereira em Aquele Beijo

O horário das 7 e a assinatura de Miguel Falabella não deixam dúvidas: Aquele Beijo é uma comédia rasgada. Mas como nem tudo pode ser alegria em novela, até mesmo nas cômicas, alguém tem de ir para o sacrifício. E se é inevitável, que seja o herói, no caso o procurador Vicente, protagonista de Ricardo Pereira que acaba de ficar paralítico. Levou um tiro ao salvar Lucena das garras do ex-marido Juan (Manolo Cardono), situação armada para que Grazi Massafera deixasse a novela, por causa da gravidez avançada.


Ricardo adorou a reviravolta. “Pude compor um personagem mais denso. Ator adora isso”, conta ele ao blog. Nesta entrevista, ele fala sobre o heroico procurador que vive na novela, de como escolheu o nome do filho – Vicente – e do sotaque português – ou, agora, a ausência dele.
Aquele Beijo é uma comédia, e sobrou justamente para você o maior drama da história?
É engraçado você dizer isso, mas verdadeiramente a vida tem tragédia e comédia, e as novelas acabam por espelhar a vida. Sobrou a tragédia para mim sim, mas com muito prazer. A situação põe em prova tudo o que o Vicente. Como ator, de certa forma, fiquei feliz com essa reviravolta, porque pude compor um personagem mais denso. Ator gosta disso.
O Vicente é procurador da República, um cargo de aura heroica. A composição do personagem passou por essa imagem que o cargo carrega?
Na preparação que fizemos com o Pedro Penna antes da novela começar, eu fui servir mesas na Lapa, porque a família tem um restaurante, e fiz um trabalho intenso no Fórum do Rio, acompanhando a rotina dos procuradores e promotores – para saber do que se está a falar, de forma correta. São duas profissões nobres porque são a balança, o equilíbrio da sociedade. Criou-se a ideia de que eles resolvem coisas. Tanto é que os moradores da comunidade que corre risco de ser expulsa do terreno vão pedir ajuda ao Vicente, porque ele entende de leis não porque seja trabalho dele resolver. Estudei a vida de alguns deles, inclusive do (promotor) Francisco Cembranelli, e posso te dizer: eles são heróis mesmo. E, como a vida real não é novela, nem sempre eles ganham.
A premissa da novela é muito boa: um beijo e, pronto, a vida muda para sempre. Mas agora, com o Vicente preso à cadeira-de-rodas, dá pra dizer que aquele beijo na Cláudia (Giovanna Antonelli) valeu a pena?
Vicente (Ricardo Pereira): o beijo saiu caro (Divulgação/TV Globo)
Ah, claro que valeu! É uma coisa que eu acredito também na vida real, um beijo pode mesmo mudar a vida das pessoas. Depois de todo o tempo que passou, o Vicente, que é um cara sempre envolvido em batalhas, fica leve quando vê a Cláudia, porque viveu aquele acaso com ela, na Colômbia, com salsa, clima de paixão… É quando ele não consegue se controlar, como estava acostumado a fazer. Todo dia você tem a oportunidade de se reinventar, a vida te dá esse prazer.
Seu filho (de três meses) se chama Vicente como o personagem. Quem homenageia quem?
Foi um montão de coincidências. Quando o Miguel começou a escrever a novela, a gente nem sabia que ia ter filho. Ele falou no nome Vicente. Depois, a gente descobriu a gravidez na Clínica São Vicente (no Rio). Viajamos para contar à família em Portugal, e no aeroporto tinha uma placa “Todos os caminhos levam a São Vicente”, em Cabo Verde. Acho que ele escolheu se chamar Vicente. E o Vicente da novela é um dos personagens mais importantes da minha carreira – meu primeiro protagonista com sotaque integral do Brasil. É um ano de Vicente, mesmo.
A maneira como você neutralizou o sotaque é assunto desde Insensato Coração
Se você soubesse o tanto que estudo para aparecer assim em cena… Mas, como ator, tenho de mostrar essa versatilidade. Não queria ser “o português da novela”, e abrir o leque para poder trabalhar com todo tipo de história, dos mais variados autores.
Mas o Vicente tem mãe (Amália/Marina Mora) e tia (Brites/Maria Vieira) portuguesas. Fica mais difícil controlar o sotaque quando está contracenando com elas?
Agora, não. Mas confesso que no começo, sim, me confundida. Hoje em dia é automático: posso falar com uma pessoa com sotaque do Brasil, virar e falar com outra com sotaque de Portugal, sai imediatamente. Essa coisa de todo mundo comentar me deixa muito feliz. Dizem “você é nosso agora!”. Meu novo objetivo é fazer os diversos sotaques, dependendo de onde for contada a história. É muito importante ter essa ferramenta.
Pode, de repente, aparecer como baiano?
Não tenha dúvida. Nesse momento, não há limite.

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